Sonhos vívidos, pesadelos recorrentes ou noites sem descanso: o que acontece durante o sono pode ser mais do que imaginação – pode ser um sinal de como está a saúde do seu cérebro.

Conforme a neurocientista Emily Pires, os sonhos funcionam como um espelho da nossa mente, refletindo emoções, traumas e até distúrbios neurológicos que precisam de atenção.

Durante a fase REM do sono – a mais ativa para o cérebro – regiões ligadas às emoções (como a amígdala) e à memória (como o hipocampo) estão em plena atividade.

Já o córtex pré-frontal, responsável pela lógica e raciocínio, tende a se manter inativo, o que explica por que muitos sonhos parecem ilógicos ou desconexos.

Pesadelo pode ser alerta

Pesadelos frequentes não devem ser ignorados. “Eles podem sinalizar desequilíbrio emocional e estão associados a transtornos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático”, afirma Emily.

Quando ocorrem repetidamente, os pesadelos indicam que o cérebro pode estar tendo dificuldades em lidar com memórias difíceis ou situações traumáticas.

Além disso, alguns distúrbios do sono ou o uso contínuo de medicamentos podem influenciar a frequência e intensidade dos sonhos, deixando-os mais vívidos ou perturbadores.

Sinal de equilíbrio

Sonhos agradáveis, por outro lado, são sinal de equilíbrio. Quando o conteúdo dos sonhos é leve ou positivo, isso pode significar que o cérebro está conseguindo processar bem as experiências vividas.

“Sonhos agradáveis são indicadores de boa regulação emocional, o que ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e favorece a saúde mental”, completa a neurocientista.

Neurofeedback

Uma abordagem promissora para equilibrar as funções cerebrais é o neurofeedback. A técnica permite ao cérebro “observar” a si em tempo real, ajudando a reorganizar padrões de atividade neural.

“O neurofeedback tem sido eficaz em melhorar quadros de insônia, ansiedade e até em auxiliar no tratamento de traumas emocionais”, explica Emily.

Ela finaliza com um alerta: “Ficar atento aos sinais que o sono oferece é essencial. Sonhar, esquecer ou ter pesadelos não são apenas parte do descanso – são uma forma do cérebro se comunicar. E quando os sinais se tornam repetitivos, é hora de procurar ajuda.”

Fonte: com informações Brazil Health.