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Dois monges e a linda mulher na travessia do rio

Dois monges, um deles jovem e outro velho, voltavam para o monastério quando se depararam com o rio que ficava no meio do caminho, com a água muito cheia e agitada por conta da forte chuva naquele dia.

Quando se preparavam para atravessar o rio, perceberam uma moça, muito bela por sinal, à beira da margem e assustada, sem saber o que fazer para chegar do outro lado. O jovem monge, ignorando a presença dela, disse baixinho para o outro:

– Não podemos ajudá-la, fizemos voto de celibato, não podemos tocar em mulher alguma. 

O mais velho replicou: – Também fizemos um voto de compaixão, para ajudar a todas as pessoas e criaturas deste mundo.

Então, abriu um sorriso gentil para a moça, a colocou em suas costas e a deixou na outra margem. Após a travessia, os dois monges retomaram a sua jornada de volta ao monastério.

Perplexo com a atitude do companheiro, o jovem permaneceu o tempo todo em silêncio. O velho, como de costume, continuou a caminhada com sua expressão de serenidade.

Depois de horas caminhando, mesmo sem nada dizer, o jovem monge ainda continuava incomodado. Não parava de relembrar a cena do amigo, sorridente, carregando a mulher pelo rio. Já perto da entrada do monastério, com o rosto tomado de raiva, quebrou o silêncio:

– Como o senhor pôde fazer aquilo? Sabe muito bem que somos proibidos de tocar em mulheres!

Surpreso, o monge mais velho respondeu: – Ora! Eu a deixei na margem do rio por mais de três horas atrás. Por que você continua carregando aquela moça?  

Fonte: Tradicional conto zen-budista de autoria desconhecida.

Moral da história

Algumas lições podem ser tiradas desse antigo conto. Uma delas é sobre a natureza da mente de ficar presa ao passado, se remoendo em pensamentos.

Muitas vezes, esquecemos de viver o momento presente, esquecemos de aproveitar cada etapa da jornada da vida (o caminho até o mosteiro) para ficar preso em pensamentos mesquinhos, que não levarão a lugar nenhum.

Deixamos de focar o nosso objetivo final (a chegada no mosteiro), para ficar, então, presos em velhos acontecimentos que tenham nos ferido ou desagradado (o monge ficou indignado pelo fato do amigo carregar a mulher).

Outro ponto é a questão da liberdade para agir. Ficamos mais preocupados em seguir padrões de condicionamentos impostos pela sociedade, religião, escola, família ou o que quer que seja, e, então, esquecemos de que somos pessoas livres para agir conforme nossa consciência.

Enquanto o velho monge demonstrou compaixão com aquela moça, o outro, preso às suas crenças dogmáticas, nada fez, além de julgar o amigo.

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