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Câncer de Próstata: quebra de tabu e exame preventivo salvam vidas

O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte entre homens no Brasil, mas, quando detectado precocemente, tem mais de 90% de chance de cura. Apesar de tratável, ainda enfrenta barreiras culturais que atrasam o diagnóstico e comprometem os resultados.

O grande desafio para a detecção precoce é que muitos homens associam os exames de próstata à perda de masculinidade ou sentem vergonha de falar sobre o tema. Por isso, a avaliação médica muitas vezes só acontece quando os primeiros sinais surgem.

No início, o câncer de próstata geralmente não provoca sintomas perceptíveis, reforçando a importância da prevenção. Quando aparecem, os sinais podem incluir:

  • Dificuldade para urinar ou jato fraco.
  • Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
  • Necessidade de urinar com frequência, especialmente à noite.
  • Dor nos ossos.
  • Sangue na urina.
  • Perda de peso sem explicação.

Esses sintomas podem indicar estágio mais avançado da doença e exigem atenção médica imediata.

Números pedem atenção

No Brasil, os casos de câncer de próstata ficam atrás somente do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são registrados cerca de 71 mil novos casos por ano, com quase 16 mil óbitos — em média, um homem morre a cada 33 minutos por causa da doença.

O risco aumenta a partir dos 50 anos, mas quem tem histórico familiar, ascendência africana ou alterações genéticas específicas deve iniciar a prevenção aos 45. Embora seja raro em homens mais jovens, fatores como obesidade, tabagismo e sedentarismo também elevam a probabilidade de desenvolvimento da doença.

Exames fazem a diferença

Identificar a doença cedo continua sendo a maneira mais eficaz de aumentar as chances de cura. Os principais exames são o PSA, um exame de sangue que mede uma proteína produzida pela próstata e pode indicar alterações quando está elevada, e o toque retal, um procedimento rápido, de cerca de sete segundos, no qual o médico avalia o tamanho, a forma e a consistência da glândula.

(foto: Stefamerpik / FReepik)

Além do rastreamento, a medicina evoluiu e hoje oferece avaliações mais precisas da doença. A ressonância magnética multiparamétrica localiza alterações suspeitas com precisão, e o PET-PSMA é um exame de imagem avançado capaz de identificar metástases do câncer de próstata em qualquer parte do corpo — metástases são grupos de células tumorais que se espalharam para outros órgãos.

Nesse exame, um marcador radioativo se liga a uma proteína presente nas células malignas, permitindo que o scanner mostre claramente onde o câncer está, ajudando o médico a mapear a doença e definir o tratamento mais adequado.

Esses exames, no entanto, ainda não fazem parte das políticas de rastreamento, sendo indicados principalmente quando já existe o diagnóstico, para avaliar melhor a extensão do câncer.

A decisão sobre quando iniciar os exames e com que frequência realizá-los deve ser tomada em conjunto com o profissional de saúde, considerando idade, histórico familiar e fatores de risco individuais

Tratamentos

O tratamento também evoluiu e se tornou mais personalizado. Para tumores iniciais e de baixo risco, a vigilância ativa é uma alternativa segura, na qual o tumor é acompanhado com exames regulares, evitando procedimentos desnecessários.

Quando há necessidade de intervenção, existem diferentes abordagens. A cirurgia robótica remove a próstata com o auxílio de equipamentos avançados, reduzindo o risco de complicações como incontinência urinária, sangramento e disfunção sexual.

A radioterapia utiliza radiação para destruir células malignas, enquanto a hormonioterapia reduz a ação da testosterona, hormônio que alimenta o crescimento do câncer. Novos bloqueadores hormonais de segunda geração aumentam a sobrevida com qualidade.

Para casos de tumores resistentes, terapias inovadoras, como o Lutécio-177-PSMA, permitem tratamentos direcionados, atacando somente as células cancerígenas. Quanto mais cedo o diagnóstico, menores os impactos na qualidade de vida.

Hábitos Saudáveis

A prevenção também depende de hábitos saudáveis. Manter o peso adequado, praticar exercícios, alimentar-se de forma equilibrada e evitar o tabagismo ajudam a reduzir os riscos. Observar os sinais do corpo e buscar avaliação médica sem demora é essencial.

Importante lembrar que o Novembro Azul vai além de usar uma fita azul. É um convite à ação, à quebra de tabus e à conscientização sobre a saúde masculina. Cuidar da próstata não é uma questão de masculinidade, mas de responsabilidade e amor-próprio.

Fonte: com informações do médico oncologista Rodrigo Coutinho para o Brazil Health.

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