Estação Espacial Internacional completa 25 anos de presença humana em órbita
É uma sequência espacial sem precedentes: 25 anos de pessoas vivendo fora do planeta sem sequer um momento de pausa. A Estação Espacial Internacional completa um quarto de século de ocupação contínua neste fim de semana, ostentando uma lista de hóspedes de quase 300 pessoas — em sua maioria astronautas profissionais, mas também alguns turistas espaciais e diretores de cinema.
Os primeiros residentes permanentes abriram a escotilha em 2 de novembro de 2000. Com apenas cinco anos restantes para o término da missão científica, a NASA conta com empresas privadas para lançar suas próprias estações orbitais, visando uma clientela ainda maior e mais diversificada.

Visitantes
Segundo dados da NASA, 290 pessoas de 26 países já visitaram a estação espacial. Sete delas estão lá agora, representando os Estados Unidos, a Rússia e o Japão. A maioria dos visitantes viajou por cortesia de seus países de origem.
O primeiro a pagar do próprio bolso — o empresário californiano Dennis Tito — lançou-se ao serviço aéreo com os russos em 2001, contrariando as objeções da NASA. A Rússia continuou a transportar clientes privados, incluindo uma equipe de filmagem russa em 2021.
A NASA agora abraça o turismo espacial, convidando equipes privadas para estadias de duas semanas. Há alguns meses, a estação recebeu os primeiros astronautas em décadas da Índia, Polônia e Hungria, acompanhados pela primeira comandante feminina da estação, Peggy Whitson. “O espaço une as pessoas”, diz Peggy.

A Estação Espacial Internacional orbita a Terra a uma altitude média de 400 quilômetros e mantém uma velocidade perto de 28.000 km/h; são 16 voltas por dia no planeta.
Melhorias
A vida na estação espacial melhorou drasticamente desde os primeiros visitantes. “Agora é um hotel quatro estrelas”, diz Bill Shepherd, que fez parte da primeira missão, representando a NASA.
“Não se poderia pedir acomodações melhores, pelo menos em termos de espaço.” Bill é um ex-SEAL da Marinha que se aposentou em 2002 e faz parte de um comitê consultivo da estação espacial.
Agora, com a dimensão de um campo de futebol e vários laboratórios, a estação possui um telefone com internet para uso pessoal dos astronautas e uma cúpula envidraçada para vistas privilegiadas da Terra.
As estufas experimentais também trouxeram cor e vivacidade, produzindo pimentas e zínias. Uma máquina de café expresso chegou a ser testada brevemente, assim como um forno para assar biscoitos. Mas ainda não há chuveiro nem lavanderia — apenas banhos de esponja, com as roupas sujas jogadas no chão em vez de lavadas.
(foto: NASA)

Ciência em gravidade zero
No decorrer dos anos, a Estação Espacial Internacional contribuiu para mais de 4.000 experimentos, culminando em cerca de 4.400 artigos científicos avaliados por especialistas — 361 somente em 2024.
A estação é um laboratório orbital que permite pesquisas em um ambiente de microgravidade, impossível de replicar totalmente na Terra.
Estes trabalhos englobaram desde a área de saúde, com o aprimoramento de cristalização de fármacos para o enfrentamento ao câncer, até a área tecnológica com a fabricação de fibras ópticas de altíssima pureza.

Futuro incerto
Após 2030, os planos para a Estação Espacial Internacional também não estão claramente definidos. Ela poderá ser desorbitada ou reciclada para futuras estações espaciais comerciais em órbita.
A NASA pretende pagar à empresa SpaceX, de Elon Musk, quase US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões) para desorbitar a estação em 2031. A empresa lançará uma cápsula de grande porte para acoplar-se à estação e direcioná-la para uma reentrada atmosférica sobre o Oceano Pacífico.
Antes disso, a empresa privada norte-americana Axiom Space deve lançar, em 2027, o primeiro módulo que planeja acoplar à estação. À medida que mais módulos forem adicionados, a estrutura se tornará independente para ocupar o lugar da estação internacional.
A Axiom operará sua própria estação espacial comercial, servindo como um destino comercial para diversas atividades, incluindo turismo e pesquisas científicas e de desenvolvimento. Outras empresas estão trabalhando em seus próprios projetos.
Fonte: com informações de Marcia Dunn para a Associated Press.








