O uso de celular e outros dispositivos digitais se tornou indispensável na vida das pessoas nesta era moderna. O uso excessivo, porém, pode causar diversos problemas de visão e postura, além de impactar a saúde mental, levando à ansiedade e dependência.

Especialista em alfabetização digital, Kaitlyn Regehr traz uma série de dicas de como lidar com o tema. Em seu novo livro Smartphone Nation (Nação dos Smartphones — ainda sem edição em português), ela fala da nossa relação complexa com as telas e defende a alfabetização digital.

Primeiramente, é preciso encarar seu próprio uso com um “passeio” digital de aplicativos favoritos com um amigo ou parceiro, ou manter um “diário alimentado pelo telefone”, anotando o que você fez ao abrir o telefone, onde parou, quanto tempo ficou nele e como se sentiu no final.

Desligar as cores do seu telefone e gastar meia hora por semana aprimorando seu algoritmo ajuda a controlar e melhorar sua dieta de mídia online. “Colocar o seu celular em tons de cinza é uma das maneiras mais rápidas e fáceis de entender o impacto das cores e das imagens na experiência do usuário”, escreve a autora.

Isso lhe dará uma ideia de como a cor e a imagem influenciam a natureza viciante desses dispositivos. Instruções para isso podem ser encontradas na Ajuda do Google para telefones Android ou no Suporte da Apple para iPhones.

A resistência algorítmica, por sua vez, consiste em controlar seu algoritmo em vez de deixar que ele controle você. Neste caso, Kaitlyn aconselha fazer escolhas claras sobre o que você quer ver em seu feed, dedicando meia hora por semana para encontrar o melhor conteúdo possível e não se deter em lixo.

(foto: Freepik)

Infância sem smartphones

Em entrevista ao The Guardian, Kaitlyn Regehr diz que apoia a proibição de smartphones nas escolas e a crescente campanha por uma infância sem smartphones. Além disso, é preciso mais educação para ajudar as famílias a pensar criticamente sobre suas escolhas digitais.

“Porque, mesmo que você adie a entrega de um smartphone a uma criança até ela completar 15 anos, ela completará 16. E temos a responsabilidade de dar a elas as ferramentas necessárias para navegar nesse espaço com eficiência”, explica. “Precisamos educá-las sobre como essas coisas funcionam.”

Dicas para diminuir o digital

• Defina um limite máximo de tempo diário para os aplicativos usados ​​com mais frequência e cumpra-o.

• Desative as notificações push de aplicativos que te incomodam e selecione “sempre” para as pessoas que te trazem alegria.

• Adote a escala de cinza “silenciando” as cores brilhantes da tela como uma forma de se manter atento às suas qualidades viciantes.

• Remova os aplicativos de mídia social da sua tela inicial e decida acessá-los somente por meio de um navegador da web.

• Defina limites no nível do provedor de Internet (franquia de dados), bem como para dispositivos individuais.

Fonte: com informações Kaitlyn Regehr, professora associada da University College London e uma das principais especialistas em alfabetização digital.