Musculação protege cérebro de idosos contra demência
Manter uma rotina de musculação não traz apenas benefícios como aumento de força e resistência. Um estudo desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Neurociências e Neurotecnologia (Cepid Brainn) mostrou que a prática protege o cérebro de idosos contra demências.
Os pesquisadores avaliaram 44 pessoas que já apresentavam um comprometimento cognitivo leve, estágio que fica entre o comprometimento do envelhecimento normal e a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.
A conclusão foi que praticar musculação duas vezes por semana, com intensidade moderada ou alta, preservou o hipocampo e o pré-cúneo – estruturas do cérebro envolvidas na memória e no processamento de informações.
Outro impacto positivo envolveu a melhora na chamada substância branca, parte do cérebro que opera em conjunto com a massa cinzenta (por meio de axônios) para garantir a conexão entre neurônios, mediante as sinapses.
No grupo que praticou musculação, todos os indivíduos apresentaram melhoras de memória e na anatomia cerebral.
“No entanto, cinco deles chegaram ao final do estudo sem o diagnóstico clínico de comprometimento cognitivo leve, tamanha foi a melhora”, ressalta a bolsista de doutorado da Fapesp, Isadora Ribeiro, vinculada à Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
No Brasil, pelo menos 2,7 milhões de pessoas com 60 anos ou mais convivem com quadros de demência, correspondendo a 8,5% desse grupo populacional. Conforme o relatório nacional, essa quantidade deve dobrar até 2050, subindo para 5,6 milhões.
Muitos estudos já comprovaram os benefícios dos exercícios físicos tanto para o corpo quanto para a mente. Isso vale para os trabalhos com sobrecarga, independentemente de musculação ou peso com o próprio corpo, conhecido como calistenia.
“Têm mostrado que, além dos benefícios físicos, trazem melhoras cognitivas e relacionadas à saúde mental, de foco”, esclarece Alessandra Nascimento, técnica da gerência de desenvolvimento físico-esportivo do Sesc de São Paulo.
(foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Método usa peso do corpo
Atualmente, a calistenia, método utilizado para a prática de exercícios físicos somente com o peso do próprio corpo como resistência, é a terceira modalidade esportiva com mais interesse no mundo, segundo uma revista acadêmica.
Alessandra Nascimento lembra que só mais recentemente é que se começou a recomendar a idosos esse tipo de exercício, porque antes era consenso de que deviam praticar algo como hidroginástica ou dança.
A imagem de fragilidade que se tinha dos idosos estava por trás dessa percepção, que agora mudou com as descobertas de pesquisas mais recentes.
A técnica do Sesc lembra que, a partir dos 30 anos, toda pessoa vai perdendo força, equilíbrio e massa magra, processo que deve ser refreado.
“Hoje em dia, a gente vê o contrário, os médicos indicando um trabalho de força, de resistência, justamente porque os estudos vêm mostrando a importância de proteção, de ter mais massa muscular”, conclui Alessandra.
Fonte: com informações Agência Brasil.






