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Bonecas realistas viralizam nas redes sociais e geram debate

As bonecas hiper-realistas, conhecidas como bebês reborn, estão atraindo atenção no Brasil. Fotos e vídeos de pessoas tratando os bonecos como filhos, inclusive em filas preferenciais e atendimento médico, viralizaram nas redes sociais, levando a debates sobre saúde mental e os limites do lúdico.

O assunto está em evidência, com legisladores até mesmo levando as bonecas para as legislaturas. No Rio de Janeiro, a Câmara Municipal aprovou um projeto de lei que homenageia os criadores das bonecas realistas, aguardando a sanção do prefeito.

Enquanto isso, legisladores em outras partes do país debatem multas para quem busca atendimento médico para essas bonecas, após a publicação de um vídeo que supostamente mostra uma mulher levando uma delas a um hospital.

Tornou-se comum, influenciadores encenando situações como simulações de parto e passeios em shoppings com os bonecos, criando vídeos que se tornaram virais.

(foto: Andre Penner/AP)

Caso na Justiça

Em Salvador, nesta semana, uma recepcionista pediu uma licença-maternidade de 120 dias, além do recebimento do salário-família, para poder cuidar da sua boneca Olívia, que considera como filha.

A empresa, que é do ramo imobiliário, negou o pedido da funcionária. Após o ocorrido, ela virou alvo de chacota dos colegas de trabalho e recorreu à Justiça Trabalhista pedindo indenização de R$ 10 mil por danos morais e rescisão indireta do vínculo empregatício, como se fosse uma “demissão sem justa causa” mas exercida pelo empregado contra o empregador. 

Mas, dois dias depois, com a repercussão negativa do caso, os advogados desistiram da ação por conta das críticas recebidas. A defesa informou que o principal ponto da ação não era a concessão de licença-maternidade, mas sim os constrangimentos que ela teria sofrido no ambiente de trabalho.

(foto: Andre Penner/AP)

Encontro anual

Dezenas de “mães renascidas” se reuniram no Parque Villa Lobos, em São Paulo, no fim de semana passado, para o 10º encontro anual. As participantes dizem que as críticas devem ser direcionadas aos influenciadores em busca de atenção, não à comunidade em geral.

As bonecas hiper-realistas são frequentemente usadas para terapia de luto ou prática parental.

Berenice Maria, auxiliar de enfermagem e colecionadora de longa data, dona de oito bonecas, diz que elas oferecem conforto emocional. “Eu adoro bonecas reborn, apesar do ódio que vemos por aí”, disse ela. “Quero o direito de sair com elas… ir ao shopping, ir ao parque.”

(foto: Andre Penner/AP)

Comércio das bonecas

Daniela Baccan, coproprietária de uma loja de bonecas reborn em Campinas, São Paulo, disse que as bonecas são vendidas de R$ 700 a quase R$ 10.000.

Com a crescente controvérsia, as preocupações com a segurança estão aumentando. “Estamos fechando a loja com mais frequência, instalando câmeras”, disse Baccan. “Mas, ao mesmo tempo, a demanda online aumentou, e a loja está recebendo um fluxo muito maior de pessoas.”

(fotos: Andre Penner/AP)

Fonte: com informações Associated Press.

* As informações do caso da licença-maternidade foram obtidas no próprio processo impetrado no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região.

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