No início, a maioria dos relacionamentos é repleta de interações com afeto, risos e uma sensação de conexão inabalável. Com o passar do tempo, porém, para muitos casais parece haver um vazio nas interações, como se algo estivesse faltando.

Semelhante ao esgotamento profissional, o esgotamento conjugal refere-se a um estado de exaustão emocional, mental e física que se desenvolve quando as expectativas do relacionamento falham repetidamente em corresponder à realidade.

É caracterizado por fadiga crônica, distanciamento emocional, ressentimento e perda de conexão com o parceiro. O remédio mais poderoso para esse tipo de esgotamento não é mais comunicação ou escapadas românticas. É autenticidade.

Um estudo recente publicado na Current Psychology por Kocyigit e Uzun (2025) mostrou que casais que expressam mais de si, autênticos e verdadeiros, sofrem significativamente menos de burnout conjugal.

Isso ocorre, mesmo com o casal lidando com as complexidades e o estresse da criação dos filhos e questões financeiras. E menos burnout significa que esses casais são mais abertos, confiantes e confortáveis ​​um com o outro.

Autenticidade

A autenticidade genuína põe fim à “harmonia performática”, ou seja, parecer superficialmente em sincronia com o parceiro, mas internamente se sentir fora de sincronia. Quando fazemos de tudo para parecer bem, quando nosso eu interior não se sente bem, o resultado é dissonância cognitiva e tensão.

Além disso, quando você esconde seu verdadeiro eu, seu parceiro não tem ideia do que realmente está acontecendo. Como consequência, essas emoções não tratadas em você podem se manifestar com passividade-agressiva, raiva ou frustração. 

(foto: Freepik)

Por outro lado, mergulhar em seus verdadeiros sentimentos, pensamentos e experiências significa preservar seu senso de identidade no relacionamento.

Isso faz com que você se sinta mais leve e mais conhecido pelo seu parceiro. Quando seu parceiro retribui da mesma forma, a intimidade aumenta e você percebe que pode baixar a guarda e relaxar completamente no relacionamento.

Sentir-se validado, compreendido e amado pelo que realmente somos é imensamente curativo e pode transformar quase imediatamente uma interação comum em algo maravilhoso.

Confira algumas dicas para trazer autenticidade à sua parceria:

• Aceite a realidade das emoções negativas. Em vez de reprimir o que você sente ou ficar na defensiva em relação ao que seu parceiro sente, aceite todas as emoções como reais e dignas de espaço.

• Crie uma zona de não julgamento. Adote uma atitude afetuosa e curiosa em relação a tudo o que você e seu parceiro estejam vivenciando.

• Diário. Reserve um tempo para refletir sobre o que você realmente sente e pensa. Tente encontrar internamente as palavras que combinam o que você sente por dentro com o que você comunica externamente.

• Reconheça, no momento, quando você está afastando o seu verdadeiro eu. Reflita sobre o que o levou a afastar o seu verdadeiro eu (medo de conflito, exaustão, etc.) e o que o seu verdadeiro eu diria na próxima vez.

• Seja um modelo de autenticidade. Quanto mais honesto e vulnerável você for, maior a probabilidade de seu parceiro fazer o mesmo.

• Escolha algo pequeno que você normalmente não compartilharia e force-se a compartilhar. Algo tão simples como, em vez de responder à pergunta óbvia “Como foi o seu dia?” com “Bom, e o seu?”, dizer a verdade: “Foi avassalador… adoraria conversar com você e clarear a mente”. Reconheça como você se sente depois, ou se isso muda sua interação com seu parceiro.

Fonte: com informações Jill P. Weber, PhD, psicóloga clínica especializada em ansiedade, depressão, autoestima e relacionamentos.