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Arqueólogos descobrem civilização mais antiga do mundo

Arqueólogos fizeram descobertas impressionantes na Turquia, nos últimos dias: a da civilização mais antiga do mundo que se tem registro. Datada do período da Idade da Pedra, há cerca de 11.500 anos, a cultura Taş Tepeler (ou Montes de Pedra) tem mais que o dobro da idade do antigo Egito ou mesmo de Stonehenge e quase cinco vezes a idade da Grécia clássica.

Investigações em andamento por arqueólogos turcos, britânicos e outros revelaram 20 sítios até então desconhecidos. Os arqueólogos já sabem que não era apenas uma civilização simples, mas bem complexa para o período.

As descobertas, gradualmente, reveladas nos últimos anos, colocam Taş Tepeler como a primeira cultura humana a desenvolver grandes assentamentos – cidades embrionárias com populações de até mil pessoas. Além disso, sugere ser a primeira civilização a criar salas subterrâneas abobadadas escavadas na rocha – quase certamente equipadas com tetos em mísula – e grandes salões rituais.

Estes salões são de até 20 metros de largura, originalmente com enormes telhados de madeira, junco e barro, sustentados por pilares altamente decorados de até 5,5 metros de altura. Alguns pesam mais de 20 toneladas e, provavelmente simbolizando ancestrais gigantes ou divindades.

Salão ritual oval com pilares em forma de T, quase certamente simbolizando divindades ou espíritos ancestrais. (foto: David Keys)

Esculturas

Nos últimos dois anos, arqueólogos que escavaram em diversos sítios no local desenterraram esculturas gigantescas, incluindo uma estátua de 2,45 metros de altura, do que provavelmente foi um ancestral reverenciado ou até mesmo desafiado.

Outras esculturas e entalhes, descobertos pelos arqueólogos, incluem imagens de leopardos, criaturas semelhantes a crocodilos, cobras, gado gigante, javalis, abutres, outras aves, cabras-selvagens, sapos e escorpiões.

Algumas imagens mostram humanos transformados ou disfarçados de tais animais. Portanto, é concebível que as esculturas fossem tentativas de capacitar os humanos a dominar espiritualmente os poderes animais – ou de expressar as crenças totêmicas das pessoas de que, em última análise, descendiam de criaturas tão poderosas.

Esculturas de animais feitas em pedras pelos artistas da civilização Taş Tepeler há cerca de 11.000 anos (foto: David Keys)

A revelação da cultura Taş Tepeler modifica novamente a linha do tempo da civilização e mostra, acima de tudo, que as sociedades organizadas através de cultura e de símbolos já existiam antes do que se imagina.

Crença na fertilidade

A civilização Taş Tepeler também parece ter tido algum tipo de sistema de crenças centrado na fertilidade. Em vários sítios, os arqueólogos descobriram estátuas enormes retratando homens segurando seus pênis.

Em um exemplo particularmente espetacular, a escultura sexualmente explícita de um homem é retratada de forma semi-esquelética, em um edifício aparentemente ritual.

Isso pode representar o papel crucial de um ancestral morto na promoção da fertilidade humana entre seus descendentes vivos – ou, alternativamente, uma tradição extrema de jejum ritual.

Um humano sentado segurando seu falo, com um leopardo de cada lado. (foto: Arquivo da Escavação Sayburç/Bekir Köşker)

Colapso da civilização

Mesmo com os muitos avanços e complexidades, foi possível observar através das escavações até agora que essa civilização não durou um longo período. Ela entrou em colapso há cerca de 10 mil anos por motivos ainda a serem revelados.

No entanto, os especialistas possuem uma hipótese: transformações do ambiente e as mudanças climáticas. Isso pode ter sido fundamental para o desaparecimento aos poucos desse grupo.

Antes desta descoberta, a civilização mais antiga do mundo também estava localizada na Turquia. Era de Göbekli Tepe, com um sítio arqueológico disponível para visitação, inclusive na região da antiga Alta Mesopotâmia.

Os arqueólogos destacam que, a partir de agora, haverá uma escavação ainda maior para descobrir outros detalhes da cultura Taş Tepeler.

Fonte: com informações David Keys para o The Independent.

Salas em alguns dos assentamentos escavados estavam cheias de crânios humanos (foto: Arquivo de Escavação de Sefertepe/Yusuf Aslan)
A figura de um burro selvagem correndo (foto: Arquivo de Escavações de Karahantepe/Yusuf Aslan)
Enorme javali de pedra foi recentemente instalado no museu de arqueologia em Şanlıurfa, sudeste da Turquia (foto: David Keys)

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