O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado hoje, pretende conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e dos cuidados preventivos.

A hipertensão atinge cerca de 30% dos adultos brasileiros. Entretanto, o controle de fatores de risco, como a própria hipertensão, obesidade abdominal e sedentarismo, evitaria 70% dos casos de infarto, AVC e insuficiência cardíaca, todos os anos.

Conhecida como “doença silenciosa”, a hipertensão raramente apresenta sintomas iniciais e pode evoluir para complicações fatais se não for diagnosticada e tratada a tempo.

Além do monitoramento no consultório médico, é possível medir a pressão através da Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA).

• MAPA: este método utiliza um aparelho portátil que mede automaticamente a pressão arterial em intervalos regulares durante um período, geralmente 24 horas, incluindo o sono. Os dados são então analisados por um profissional de saúde.

• MRPA: permite que o paciente faça medições da pressão arterial em casa, geralmente em intervalos de 30 minutos a 1 hora, durante um período, como uma semana. Estas medidas são então registadas e fornecidas ao médico para análise.

O MAPA e o MRPA permitem uma avaliação mais completa e precisa da pressão arterial ao longo do dia, auxiliando no diagnóstico e tratamento da hipertensão, visto que as medições em consultório podem não refletir a pressão arterial real do paciente. (crédito da foto: Stockking/Freepik)

Prevenção e diagnóstico

Apesar dos avanços na área da saúde, o controle da hipertensão ainda depende de fatores consagrados, como:

• Prática regular de atividade física.

• Alimentação equilibrada e pobre em sal.

• Controle do peso.

• Redução do consumo de álcool.

• Abandono do tabagismo.

• Manejo adequado do estresse.

Espiritualidade no controle

Neste dia nacional de prevenção e combate à hipertensão, o professor Álvaro Avezum, cardiologista responsável pelo Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, chama a atenção para uma nova abordagem no enfrentamento da pressão alta: a espiritualidade.

O estudo FEEL Trial, publicado na revista Global Heart em 2024, investigou a influência de práticas espirituais – como gratidão, perdão, otimismo e propósito de vida – no controle da hipertensão leve a moderada.

A pesquisa acompanhou 100 adultos por três meses, enviando mensagens diárias via WhatsApp com vídeos e reflexões espirituais. No grupo de intervenção, a pressão sistólica caiu em média 7,6 mmHg e houve melhora de 7,5% na função endotelial, importante para a saúde vascular.

“A espiritualidade pode ajudar a reduzir estresse, melhorar a qualidade do sono e favorecer a adesão ao tratamento, com impacto positivo sobre a pressão arterial”, afirma Avezum. Porém, ele reforça que essas práticas são complementares e não substituem os cuidados tradicionais.

O diagnóstico precoce e o investimento em hábitos de vida saudáveis são pilares fundamentais para reduzir a mortalidade cardiovascular e melhorar a qualidade de vida da população.

Fonte: com informações de Álvaro Avezum, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e membro da Brazil Health.