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Vida de monge: em mosteiro milenar esculpido no penhasco de ilha grega

Por mais de 50 anos, Spyridon Denaxas, ou Padre Spyridon, como é carinhosamente chamado, reza, trabalha e acolhe os fiéis em um mosteiro milenar esculpido em um penhasco à beira-mar na ilha grega de Amorgos.

Mosteiro ortodoxo Panagia Hozoviotissa foi construído, acredita-se que no século IX, na íngreme costa sul da ilha. O edifício tem oito níveis que se comunicam entre si por escadas construídas ou esculpidas na rocha (foto: Petros Giannakouris/Associated Press)

Começando bem antes do amanhecer em uma pequena e escura capela, o monge cristão ortodoxo reza para o ícone da Virgem Maria que dá nome ao complexo caiado situado entre o céu e o mar: o Mosteiro Panagia Hozoviotissa.

O ritmo diário não mudou muito desde que ele entrou para o mosteiro logo depois de terminar o ensino médio, no verão de 1971. O Padre Spyridon, outro monge e um assistente também cuidam dos edifícios, cultivam os campos, cuidam dos animais e recebem o fluxo constante de peregrinos.

Enquanto muitos na ilha – e ainda mais nos destinos vizinhos das Cíclades, como Santorini – se preocupam com a crescente ameaça do turismo excessivo, o monge Spyridon encontra graça naqueles que a visitam.

Fiéis e turistas fazem uma verdadeira peregrinação para participarem da Divina Liturgia realizada na capela de Panagia Evangelistria, na ilha de Amorgos (foto: Petros Giannakouris/AP)

A jornada geralmente começa com uma viagem de balsa de oito horas do continente e sempre termina com uma subida íngreme e sem sombras por um caminho pedregoso até o mosteiro.

“A Virgem conhece o método pelo qual transmitirá sua graça a cada pessoa – a cada um, como irmão e como imagem de Deus”, disse o Padre Spyridon à Associated Press.

Embora a Grécia esteja se secularizando rapidamente, assim como o resto da Europa, a igreja ainda desempenha um papel crucial em comunidades pequenas e unidas como Amorgos, com dois mil habitantes em suas pequenas vilas.

Quando o Padre Spyridon passou o período mais longo de sua ausência no ano passado – cerca de cinco meses, para cirurgias – seu retorno foi o assunto nas comunidades. Depois que ele retomou suas visitas a pequenas capelas e cafeterias familiares com a ajuda de uma bengala nodosa, velhos e jovens correram para recebê-lo.

Moradores cumprimentam o monge ao caminhar pelas ruas de pedras, ele é uma personalidade muito querida na ilha. Em uma das imagens, Spyridon aparece fechando a porta da capela que fica no mosteiro à beira do Mar Egeu (foto: Petros Giannakouris/AP) 

Especialmente durante a Quaresma, o Padre Spyridon preza sua missão de estar presente para seu povo, seja a uma curta caminhada ou visitando alguém do mundo todo.

“As pessoas são enviadas por Deus e é responsabilidade dos monges acolhê-las e alimentar sua fome de espiritualidade e de uma esperança melhor para o futuro”, diz.

O mosteiro foi construído em um penhasco, com a estrutura do prédio ficando a uma altitude de 300 metros (foto: Petros Giannakouris/AP)

O acesso é feito subindo 271 degraus. Na imagem, o monge cristão ortodoxo brinca com um dos gatos que vivem no local (foto: Petros Giannakouris/AP) 

O mosteiro é de um branco ofuscante sob o sol do Mar Egeu. Durante as noites escuras, suas pequenas janelas são os únicos pontos de luz no turbilhão de estrelas.

Para o Padre Spyridon, ser “formador de luz” é a essência da vocação de todos – e a bênção especial do remoto mosteiro de Amorgos.

“Aqui, trata-se da alma, do espírito, da parte eterna de nós” – Padre Spyridon.

Fonte: com informações Petros GiannaKouris e Giovanna Dell’Orto para a Associated Press.

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