Tibete: pedras esculpidas mantêm tradição e representam o sagrado
O Tibete não é famoso somente por suas belas vistas, mas também pela força da tradição e do budismo tibetano na vida cotidiana. Nada representa mais essa influência do que presenciar milhões de esculturas em pedras e rochas.
Ao andar pelo país, você verá pedras esculpidas em todos os lugares. Podem ser vistas como grandes moldes do lado de fora de um monastério ou vila. Há também moldes de pedras esculpidas nos cumes de passagens de montanha ou nas entradas de assentamentos como uma oferenda.

As pedras podem trazer esculpidas inscrições budistas, imagens variadas, animais ou outras representações.
Normalmente, as bandeiras de oração são presas no meio das pedras usadas como locais de adoração e rogação para os tibetanos.
Você pode testemunhar, como um tibetano devota, honra e aprecia a importância religiosa dessas pedras. Ao passar perto, ele pega uma das pedras e se agarra à testa, murmurando mantras – oferendas por saúde, paz e proteção.
O tipo mais comum dessas esculturas são as pedras mani. Essas placas de pedras são chamadas de mani por trazerem esculpidas o mantra de seis sílabas de Avalokiteshvara “Om Mani Padme Hum”, que pode ser traduzido como “Salve a joia no lótus”.

Os budistas tibetanos acreditam que dizer este mantra (oração) invoca a poderosa atenção benevolente e as bênçãos de Chenrezig, a personificação da compaixão.
Na crença do budismo tibetano, ver a forma escrita do mantra tem o mesmo efeito, por isso tantas pedras mani esculpidas com o mantra.
Monte de Pedras Jiana Mani
O maior monte de pedras Mani do mundo está localizado na Vila Xinzhai de Yushu, no Tibete. Este molde é chamado de Monte de Pedras Jiana Mani. Cerca de 2,5 milhões de pedras mani foram acumuladas ali, ao longo de mais de 200 anos.
O local tem 300 metros de comprimento, 80 metros de largura e 4 metros de altura. É uma atração muito visitada por turistas que vão ao Tibete.

Budismo Tibetano
O budismo chegou ao Tibete no século VII e se tornou a religião do estado no século seguinte. Essa difusão tardia do budismo se fundiu em uma cultura já rica e única que existia no país.
Assim, o budismo tibetano se tornou altamente simbólico e ritualístico, podendo ser sentido em todos os aspectos da vida dos moradores locais até hoje.
A maioria das esculturas em pedra é feita à mão. Os artesãos tradicionais eram geralmente monges, camponeses ou pastores. Os materiais podem variar de um pequeno seixo a um grande interior de uma caverna na montanha.

Há também uma razão prática para tantas pedras esculpidas no país. O Tibete fica em sua maior parte numa área muito elevada conhecida por Planalto do Tibete. Por essa região ser muito grande e pouco povoada, a única forma dos habitantes locais realizarem seus rituais religiosos sem ir a um monastério era com as pedras esculpidas.

Pedras mani também podem ser encontradas em países vizinhos como Nepal e Butão, onde o budismo é amplamente praticado.
Essas pedras também são encontradas ao redor de monastérios na Índia, que de fato é o verdadeiro lugar de origem do mantra mani.
Fonte: com informações Kunga da Agência de Viagem e Turismo Tibet Travel.







