Coração acelerado, mudança de humor repentina, calafrio no corpo, medo de perder o parceiro, provavelmente você já teve alguns destes sintomas ao sentir ciúme em algum momento da vida. Depois veio aquela raiva ou vergonha, principalmente se você perdeu a cabeça e causou algum barraco. Pois é, mas nem tudo é culpa do ciúme, será que você está sabendo lidar com ele? Vamos saber um pouco mais desta emoção.

A psicóloga e coach de relacionamentos, Joli Hamilton, estuda o tema há anos. Parte do que descobriu apoia a ideia de que é sobre proteger o vínculo mãe-filho e, mais tarde, proteger seu parceiro de rivais. “Quando somos bebês, isso é vida ou morte. E então, quando somos adultos, pode parecer vida ou morte”, diz.

Para Joli, o ciúme está longe de ser a emoção não evoluída que as pessoas geralmente pensam. “É, na verdade, exatamente uma emoção evoluída. Está lá porque serviu a um propósito em algum momento”.

No entanto, ela observa que uma situação pode facilmente virar de lado. “Ele geralmente causa muito mais problemas do que as pessoas gostariam. Às vezes, o ciúme é útil. Às vezes, é extraordinariamente prejudicial”.

Então, o que fazer quando sentir aquela pontinha de ciúmes chegando? Confira a seguir as dicas de Joli.

Não tire conclusões precipitadas

Se você vir algo que desperte ciúmes, investigue antes de agir. Não tire conclusões precipitadas ou tome atitudes que venham prejudicar seu relacionamento. Deixe-se ficar com curiosidade sobre o que realmente está acontecendo, perceba as sensações em seu corpo.

Mas, se você tirar conclusões precipitadas, é importante não entrar em pânico só porque você “vê alguma coisa”. Não se deixe surtar quando o menor sinal de ciúme acontecer.

É preciso prestar atenção à história que está começando a inventar na sua cabeça. A imaginação pode, sim, ter elementos de verdade que precisam de ação.

Por outro lado, você também pode sofrer influências equivocadas por experiências passadas. Do tipo que diz: as pessoas não são confiáveis.

Por isso, é tão importante desacelerar e realmente prestar atenção à história que está contando e começar a separar do que está realmente vendo.

(foto: Michael Heise/Unsplash)

Não entre no modo de dano

Quando você estiver em estado elevado e vir algo, mesmo que seja verdade, não tome uma atitude que vá lhe custar sua liberdade real, como quebrar o carro do parceiro.

Em vez disso, aprenda a regular suas emoções e seu corpo. Parece simples de dizer, mas é difícil de fazer. Por isso, aprenda algumas habilidades de autocontrole.

Você pode fazer uma pausa, respirar fundo três vezes lentamente e liberar um pouco da sua energia, estalando os dedos ou sacudindo as mãos. Ao fazer isso, você pode evitar tirar conclusões precipitadas ou começar uma briga desnecessária.

Não se deixe chegar ao estado super-elevado em que “parecemos loucos”, totalmente fora de controle. A partir daí, pode passar para o modo de tomada de decisão: O que eu vou fazer? O que acontecerá depois?

Não entre numa espiral de vergonha

Saiba que você não é uma pessoa horrível por sentir ciúmes. Não alimente uma espiral de vergonha. Normalize o ciúme, considere simplesmente uma emoção que está para servir a um propósito. E quando surge, precisamos ouvi-lo.

Portanto, não demonize isso em você ou em outras pessoas. Não diga: Isso é ciúme, é tão nojento! Em vez disso, diga: você está lutando contra o ciúme.

Não romantize o ciúme

Em filmes, música e literatura clássica, o ciúme é frequentemente romantizado. De fato, muitos de nós realmente gostamos disso, só um pouquinho. Queremos saber se o parceiro está um pouco ciumento. E, se não estiver, ficamos até na defensiva, como se ele não se importasse.

Mas, glamorizar o ciúme também pode potencialmente glorificar a violência e outros resultados que talvez não queiramos. Estamos romantizando expectativas implícitas e apenas fazendo com que nosso parceiro leia nossa mente sobre onde estão nossos limites e arestas.

Em vez disso, romantize o compartilhamento explícito de suas expectativas. Não parece sexy, mas quando você começar a fazer isso regularmente, realmente perceberá que é.

(foto: Freepik)

Não tente fazer ciúme

Não provoque seu parceiro intencionalmente. O ciúme pode parecer uma prova de amor e nos venderam isso. Fomos meio que ensinados que o ciúme deve fazer parte de um amor romântico realmente profundo.

E, então, algumas pessoas ficam um pouco compulsivas sobre a ideia de que querem sentir alguém com ciúme delas, porque parece cuidado.

Mas se você está se sentindo descuidado, inspire seu parceiro a expressar seu desejo de outras maneiras. Seja criativo com um novo encontro. Saia da rotina.

Talvez seja hora de se envolver em algumas novas práticas, alguns novos padrões. Ou talvez seja até hora de trabalhar com um terapeuta ou coach sexual se estiver realmente sentindo uma falta de desejo expresso.

Tentar deixar seu parceiro com ciúmes para provar algo vai sair pela culatra. Isso se torna um jogo ou uma viagem de poder.

Fonte: com informações de Joli Hamilton, PhD – Coach de Relacionamento, Palestrante do TEDx, autora, professora e psicóloga pesquisadora especialista em ciúmes.