Especialista fala da importância de saber lidar com as emoções boas ou ruins
A maioria das pessoas não sabe lidar de forma correta com os sentimentos difíceis. Um grande engano é pensar que existem sentimentos bons e ruins e se deve esforçar para viver uma vida livre de todas “as emoções ruins”. Vamos saber um pouco mais nesta matéria, sobre este importante tema, para assim colocar em prática algumas dicas.
Segundo o professor e psicólogo americano Ethan Kross, nas proporções certas, todos os sentimentos são úteis. A raiva, por exemplo, pode motivar a corrigir uma injustiça, principalmente se ainda houver uma oportunidade de consertar as coisas.
Já a tristeza pode levar à introspecção, que ajudará a dar um novo significado a situações que foram fundamentalmente alteradas. Até mesmo a inveja tem seu importante papel. “Pode nos motivar a lutar por coisas que queremos alcançar”, disse Ethan Kross, em entrevista à BBC, empresa pública de rádio e televisão do Reino Unido.

Muitas vezes ouvimos que não devemos nos comparar com os outros. Mas, segundo Ethan, isso não é tão simples assim, já que somos uma espécie social. “Parte da maneira como damos sentido a nós mesmos e ao nosso lugar neste mundo é nos comparando com os outros”.
O psicólogo lembra que é comum uma pessoa se envolver em comparações, que podem levar a se sentir mal sobre si mesma. Para evitar que isso aconteça, é preciso reformular as coisas para funcionarem a seu favor.
“Se eu descobrir que alguém está me superando, posso dizer a mim mesmo: bem, se ele conseguiu, então por que eu não posso? E isso é quase como ter um novo objetivo”, explica o especialista mundial em psicologia das emoções.
Pensamentos e sentimentos automáticos
Ethan Kross também tem uma dica para quando os pensamentos e sentimentos são acionados automaticamente, no dia a dia. Muitas vezes, segundo ele, não se tem controle sobre esses sentimentos.
“Mas podemos controlar como respondemos a esses pensamentos e sentimentos uma vez que eles são ativados, temos controle sobre nossas ações subsequentes. É aí que reside a promessa da educação sentimental”, pontua.
Fugir pode ser prejudicial à saúde
É comum as pessoas evitarem os sentimentos. Deste modo, tentam ativamente não pensar em algo, buscando alguma distração ou se envolvendo em outros comportamentos.
Este tipo de conduta, porém, normalmente, é tratado como prejudicial à saúde. Para Ethan, não é preciso escolher entre lidar com as emoções ou evitá-las o tempo todo. “Podemos ser flexíveis e fazer as duas coisas”, diz.
No mais, há pesquisas mostrando que pessoas bem-sucedidas em lidar com os sentimentos, no longo prazo, também evitam suas emoções às vezes, em situações críticas.
Como exemplo, imagine que você ficou alterado devido a uma discussão que teve com alguém. Uma das tomadas de decisão pode ser tentar resolver ali mesmo. Outra opção seria uma abordagem positiva, buscando um tempo para pensar sobre esse problema e confrontá-lo depois.
“Posso voltar e perceber que aquilo, na verdade, não é um problema, ou descobrir que o problema era menor do que parecia, ou que eu posso lidar com ele de uma perspectiva mais ampla”, conclui.

Ethan Kross, psicólogo experimental, neurocientista e escritor, especializado em regulação emocional. Ele é professor de psicologia e administração na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e também diretor do Laboratório de Emoção e Autocontrole da própria instituição. (crédito da foto: Ross School of Business)






