Arqueólogos encontram tumba do Rei Tutmés II, a última perdida no Egito
Uma equipe de arqueólogos britânico-egípcia identificou uma tumba antiga perto de Luxor, no Egito, como sendo a do Rei Tutmés II, falecido em 1479 a.C.. Localizada a oeste do Vale dos Reis, essa foi a última tumba perdida dos reis da 18ª dinastia egípcia, e a primeira tumba real descoberta desde a do Rei Tutancâmon em 1922.
De acordo com o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, os arqueólogos conseguiram identificar o túmulo devido aos vasos de alabastro encontrados no local e com a inscrição do nome do Rei Tutmés II e de sua esposa, a Rainha Hatshepsut, uma das poucas mulheres a governar o Egito.
Os pesquisadores descobriram ainda o teto azul do local e as decorações de cenas do Amduat, um texto religioso que era reservado aos reis. Este foi outro sinal importante de que eles haviam encontrado uma tumba real.
Diferente do achado centenário envolvendo o Rei Tutancâmon, a câmara de Tutmés II estava vazia, sem a presença do corpo faraônico – acredita-se ter sido retirado logo após o sepultamento por causa de uma enchente.
Vale ressaltar, que os restos mortais do faraó já haviam sido encontrados no século 19, em um local próximo e separado. Atualmente, a múmia de Tutmés II está em exposição no Museu Nacional da Civilização Egípcia.

Escavações começaram em 2022
A descoberta aconteceu na região de Luxor, a cerca de 2,4 km do Vale dos Reis, em uma área conhecida como Monte Tebas. A entrada da câmara foi achada em outubro de 2022, quando começaram as escavações, porém não se esperava que fosse o túmulo de um dos antigos reis, mas de uma esposa real.
Só entre 2024 e 2025, arqueólogos conseguiram analisar algumas das cerâmicas encontradas no túmulo, descobrindo o nome de Tutmés II gravado em baixo-relevo.
“Parte do teto ainda estava intacta: um teto pintado de azul com estrelas amarelas. E tetos pintados de azul com estrelas amarelas só são encontrados em tumbas de reis”, contou o arqueólogo britânico Piers Litherland, líder da missão.
Ele disse que sentiu uma emoção muito forte no momento. “Quando você se depara com algo que não esperava encontrar, é extremamente turbulento emocionalmente”, relatou.
“E quando saí, minha esposa estava esperando do lado de fora, e a única coisa que consegui fazer foi começar a chorar.” Litherland afirmou que a descoberta resolveu o mistério da localização das tumbas dos primeiros reis da 18ª dinastia.
A descoberta, porém, não encerra a busca por tesouros egípcios. Ainda faltam ser encontrados túmulos de figuras como a rainha Nefertiti, Cleópatra VII, a última governante do Egito, e de Alexandre “o Grande”, que teve sua tumba provavelmente edificada próxima à Alexandria.

A múmia de Tutmés II, por sua vez, foi encontrada no ano de 1881 em um local conhecido como Deir el-Bahari, próximo da atual tumba descoberta. O corpo foi removido após seu sepultamento original, em razão de uma enchente. Pouco se sabe sobre o seu reinado, a duração de seu governo é motivo de debate e pode ter sido inferior a cinco anos – há quem defenda que durou 13 anos.
Quem era o faraó?
A tumba pertencia ao faraó Tutmés II, que reinou entre 1493 e 1479 a.C., sendo o quarto governante da 18ª dinastia egípcia. Ele era marido e meio-irmão da faraó Hatshepsut e pai de Tutmés III, um dos maiores líderes militares do antigo Egito.







